Portugal e Salazar

Hoje pretendo falar de um assunto que em Portugal ainda é uma espécie de tabu - Salazar. Presentemente o homem voltou a ressurgir nas nossas vidas.

Durante muitos anos, a figura do ditador, do demónio odiado/amado, foi silenciada, pois o País, saido de uma Ditadura que durou 40 anos, tentou obliterar o seu passado recente, censurando partes dele, tentando curar as feridas através do esquecimento (o que convenhamos é compreensivel).

As gerações anteriores criaram uma redoma de silêncio em volta desta figura, como se o simples facto de se falar dele, o podesse ressuscitar ou trazer de volta os tempos da Mordaça e da falta de Liberdade. O resultado, foi uma catarse silênciosa, demorada e obliterante, que não permitiu uma análise profunda, coerente e fria desses tempos e das consequências que trouxeram para o País, sem receios dos resultados e das considerações.

Hoje, livres do jugo ditatorial à 33 anos, as gerações mais novas, filhas do 25 de Abril e da democracia, não sujeitas às atrocidades da Ditadura e do seu principal actor, apresentam uma enorme falta de informação e de conhecimentos sobre o passado recente e sobre as figuras desse tempo.

É urgente unificar Portugal, tornar a sua História pacifica, sem deixar passar em claro um periodo do nosso passado, onde é necessário saber quais foram os ganhos e as perdas, onde se agiu correcta ou incorrectamente, para de uma vez por todas podermos ser realmente livres, tanto de ideias, como dos fantasmas que não nos deixam aprender com o passado, de forma a prevenirmos o serros do futuro.

Sendo eu um produto de Abril e sendo um democrata e um defensor da Liberdade, também considero que Salazar foi uma das figuras mais importantes do Seculo XX, pois teve um papel e uma intervenção decisivos, resultantes de um periodo de governação bastante alargado.

Assim, revisitar Salazar é urgente... A sua exposição trará beneficios claros para o País, pois provocará o fim da catarse e a desmistificação do mito, acabando com as paixões enganadas e os pruridos bacocos, reconciliando-nos com a nossa História recente e com um passado do qual não nos devemos envergonhar, mas analisar e concluir, o que nos trará um significativo avanço social, através das respostas às interrogações, deixando nós de fingir que o homem e a sua obra, boa ou má, nunca existiu.

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