Resposta à Resposta

O dignissimo José voltou a responder-me, pelo que, democraticamente publico o comentário.

Esta discussão não tem assunto. A questão principal não está no modelo de ensino, nem no modelo da escola. Não estamos a discutir nem este, nem aquele.

A principal questão, é que se está a tentar ensinar de tal maneira que o cérebro do aluno não se consegue desenvolver nem consegue aprender a matéria. Isso, não é admissível, sob pretexto algum. E aqui, não há qualquer espaço para discussão. Isto tem que ser corrigido, e já devia ter sido. Tudo o resto são assuntos secundários.

Na tentativa de criar um ensino melhor, mais democrático, mais crítico e mais moderno, deitou-se fora o correcto e o bom da escola que tivemos, sem se ter introduzido algo válido que possa substituir o deitado fora. Dai os problemas (quase) todos.


*** Quanto à necessidade de memorizar certas coisas, esta, como já referimos, tem duas utilidades:
1. desenvolver o nosso cérebro;
2. aprender coisas que não podem ser deduzidas por pensamento lógico, crítico ou qualquer outro.
Num processo educativo correctamente construído, não podemos prescindir de qualquer uma destas duas funções dos exercícios de memorização.

Quanto às suas preocupações, nenhum aluno que não tenha aprendido a ler conseguirá saber mais que o professor: tem o pão, mas não tem a boca. Ainda, esquece-se mais rapidamente do que aprende: não tem memória.

A "Escola Moderna", na prática, limita-se a fazer copy-paste, pois os alunos não conseguem fazer outra coisa, preparando "trabalhos" avaliados pelo número de fotos copiadas.

Um aluno com negativa a Português ou a Matemática, em circunstâncias normais, não deve ter acesso a qualquer curso superior. Sem aproveitamento na Escola, o que é que vai fazer na Universidade? Um curso de 2 dias num fim-de-semana? Devia sim entrar num "colégio comunitário" à maneira dos Estados Unidos, que têm os mesmos problemas (aliás, nós é que adoptamos as invenções americanas), para aprender a ler e a contar.

A verdade científica é verdade até provado o contrário. Se as letras do alfabeto foram formadas a partir de desenhos - ideogramas - foi para facilitar a leitura e não por estar a pensar por imagens. Quem conhece bem várias línguas estrangeiras sabe que consegue pensar numa ou noutra língua, e a transição envolve um certo esforço. Este é um facto experimental que a sua teoria favorita não explica, pois pensando por imagens e sem palavras, que diferença faz a língua? O pensamento baseia-se em equivalentes cerebrais das palavras e dos sons, e não das imagens: digitando as palavras no computador, frequentemente escreve-se uma palavra errada mas com o mesmo som, embora com uma imagem diferente – tem letras diferentes, etc. Isto não é mais uma prova? Use o pensamento crítico. Nenhum de nós pensa por imagem da palavra, e não devemos impingir este tipo de pensamento aos nossos alunos: não dá, como se vê pelos resultados.

Se o aluno não sabe ler no décimo, não vale a pena perder tempo na escola. Se lhe interessa ler o Harry Porter, pelo menos ficará ocupado por uns tempos sem fazer asneiras.

Nos sites portugueses (.pt), a versão aportuguesada (currículos) usa-se já em 70% dos casos. Assim, passou a ser uma norma. É um processo natural de desenvolvimento da língua. Tendo o Português uma escrita predominantemente fonética, depois de feitas as reformas ortográficas, o desenvolvimento da escrita tornou-se naturalmente mais acelerado.

Nunca dissemos que a pessoa não deve racionar. Raciocinar deve, mas precisa da memória, a qual deve ser desenvolvida (ver ***), e aqui está uma das duas principais falhas do sistema vigente: não se desenvolve a memória, não, não e não. Porque será?

As várias estatísticas detalhadas estão disponíveis na Internet, mas não nos interessam. O que interessa, é que a Escola, no seu estado corrente, deixa um aluno médio completamente ignorante e iletrado. E isso não é admissível. Qual capacidade de raciocínio crítico, se não tem padrões para comparação, pois não se consegue lembrar de nada do que aconteceu há mais de 2 semanas?

Além da 2+4, o aluno devia aprender a+b=b+a, na forma da regra mnemónica decorada, assim já se consegue fazer. As somas dentro de 20 e a tabuada da multiplicação têm que ser decoradas. Só faz bem. Talvez compreenderá no 6º ano, mas precisa de fazer as somas no 2º, senão nunca compreenderá nada, como se confirma. Continuará a somar pelos dedos, raciocinando criticamente sobre as (inexistentes) dificuldades da Matemática.

Raciocinar sempre, em vez de poder usar conhecimentos memorizados: não se consegue. Os tsunamis não permitem.

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