O Tratado de Lisboa

Hoje quero dar os parabéns à União Europeia. Finalmente conseguiu-se chegar a um acordo sobre o Tratado da União Europeia, que ficará conhecido como o Tratado de Lisboa.

Não me posso debruçar sobre o teor do dito, pois ainda não tive tempo para o analisar. No entanto, pôr 25 países de acordo, sobre o mesmo texto, é obra.

Seguindo ainda o Post de ontem, parece que as confederações europeias de patrões e as confederações sindicais, chegaram também ontem a acordo, sobre a aplicação da Flexisegurança, no espaço europeu. No entanto, à mesma hora que isso acontecia, a Manifestação da CGTP, protestava sobre o mesmo assunto... Será que a CGTP não pertence a nenhuma confederação sindical europeia? Ou foi mesmo só para fazer barulho?

Em como essa manifestação, resolve os nosso problemas produtivos (produzimos cerca de 20% das nossas capacidades, o que é o valor mais baixo da Europa), que nos catapulta para o primeiro lugar, no que se refere ao preço/hora de produção?

Como essa manifestação resolve o nosso atraso endémico, face à formação profissional?

Como essa manifestação resolve os problemas laborais, trazendo mais-valias para as Empresas, permitindo a sua internacionalização e o consequente aumento das exportações, que como já deu para notar, deverão ser o verdadeiro motor da nossa Economia, numa conjuntura de valorização do Euro face ao Dolar e numa escalada do preços do Petróleo?

São estas perguntas que eu gostaria ver respondidas... Mas será que algum sindicalista as pode responder? Ou estará demasiado ocupado a olhar para o seu umbigo, continuando a falar de vínculos precários e de contratação colectiva?

E já agora, será os vínculos precários exitem, porque a nossa lei laboral é demasiado rígida?

Espero que os parceiros sociais abram os olhos rapidamente e se apercebam da realidade à sua volta, antes que estejamos todos, de malga na mão, na fila da sopa dos pobre e dos excluídos, numa qualquer obra de caridade, financiada por dinheiros comunitários, nos arrabaldes de Madrid, porque o país não foi capaz de emergir a tempo, desta cegueira endémica, que fará fechar todas as Empresas...

Um bem hajam

Comentários

  1. Olá Gil,

    Já tive a oportunidade num comentário - de há bastante tempo atrás - referir que existe uma ligação entre a lei laboral rígida e os vínculos precários.

    Pensem nisto como uma média. Por questões económicas - de competetividade económica, de estrutura produtiva e de enquadramento internacional, Portugal tem de ter uma estrutura económica relativamente flexível.
    Aliás a nossa taxa de emprego - segundo alguns economistas - tem demonstrado uma capacidade de acompanhar os ciclos económicos similar aos EUA.
    Logo, em média somos flexíveis. Para fazer essa média, se temos um importante e pesado bloco que tem os direitos todos (especialmente os funcionários públicos), significa que teremos de ter um outro bloco, igualmente importante, que não tem direitos alguns.

    E qual destes blocos paga as quotas dos sindicatos?

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  2. Ora ai está uma visão interessante. Era uma coisa que eu gostava de ver debatida, mas com seriedade.

    Os problemas laborais, deste País, são discutidos de forma leviana e sem ter em atenção um conjunto de dados, que por vezes inviabilizam as medidas que se pretendem tomar.

    Existem alguns comentadores responsáveis, que ao não terem a noção exacta do que estão a falar e ao optarem por um discurso populista (no mau sentido) e panfletário (gosto mesmo deste termo), estão a hipotecar o futuro das gerações vindouras, pois o pouco que ganham o curto prazo, vai-se tornar numa pesada factura no futuro.

    Esta irresponsabilidade no discurso política tem de ser combatida a todo o custo.

    Ainda bem que voltaste. Espero que continues a vir e quem sabe aceites o meu convite.

    Um Abraço fraterno

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