Aventura de uma Semana diabólica

Na sexta-feira passada, o país foi brindado com a demissão de Luís Filipe Menezes do cargo de Presidente do PSD. Após uma entrevista à revista Visão de Aguiar Branco, onde este se assumiu como candidato à liderança do PSD, LFM surpreendeu tudo e todos apresentando a sua demissão e convocando eleições para o dia 24 de Maio deste ano. E ainda disse que não seria candidato.

Nesse mesmo dia deu uma entrevista a Mário Crespo na Sic Notícias onde explicava as razões da sua demissão... Pareceu uma repetição do filma de Santana Lopes. O argumento era claramente o mesmo: As Traições Internas e Externas (Os tão famigerados Orgãos de Comunicação Social); Os opositores que tinham agora a chance de irem a eleições etc. Mas houve uma novidade. Para LFM esta demissão veio numa altura em que todos começam a ponderar a vitória do PSD nas próximas eleições legislativas.

Duas reflexões sobre esta entrevista: A primeira tem a ver com as sondagens do PSD que são claramente diferentes de todas as outras, pois a de LFM apontam uma subida do PSD, enquanto todas as outras apontam para uma descida abaixo do eleitorado fixo do PSD. A segunda tem a ver com o que LFM classificou de falar claro, que nada mais foi que um conjunto de acusações aos membros do PSD, que os pode por em causa enquanto figuras governamentais o que me parece uma politica de "Terra Queimada", pois destes sairá a futura oposição ao Governo PS. Nas palavras de LFM, nenhum destes senhores é de confiança... Se o PSD não pode confiar neles, como poderá o País?

Também na semana que passou o EUROSTAT, veio confirmar os resultados de 2007 que fixaram o deficit em 2,6% do PIB, tecendo fortes elogios às políticas implementadas e à consolidação das contas. Em que é que ficamos? Quem tem razão? o EUROSTAT ou a oposição? Tendo em conta que esta consolidação foi feita, sempre acompanhada com medidas sociais, parece-me a mim que o discurso da oposição começa a não pegar nos portugueses e que estes começam a ver que afinal o caminho seguido, apesar de duro tinha de ser trilhado. Que os sucessivos erros políticos e falta de visão estratégica acumulados dos governos passados, obrigaram a medidas drásticas e a uma revolução no Estado.

Ainda na semana que passou o Ministério da Educação e a Plataforma de Sindicatos da Educação chegaram a acordo sobre a Avaliação de Desempenho. Para os Sindicatos este acordo foi um recuo do Ministério, pelo que lutar compensa e já prometeu mais manifs de professores na rua... Será que os sindicatos acreditam que conseguem passar a mensagem de que só o ministério recuou? ou as declarações de Mário Nogueira foram dirigidas aos professores que criticaram duramente os Sindicatos por terem assinado o acordo? Na minha opinião a este acordo devem-se seguir outros, pois a reorganização da Educação é demasiado importante e urgente. Saibam manter a postura e talvez se resolva o maior problema deste país.

E assim vão as coisas neste país, onde ninguém parece entender-se ou sequer querer entender-se.