Tributo a um Herói do 25 de Abril

O 25 de Abril faz hoje 34 anos. Neste dia gostaria de lembrar e prestar um singelo tributo àquele que considero como sendo o verdadeiro espírito de Abril.

Este Herói nasceu a 1 de Julho de 1944 em Castelo de Vide. Em 1966, entra para a Escola Prática de Cavalaria de Santarém e em 1974 é ele que comanda a coluna de carros de combate que, vinda de Santarém, põe cerco aos ministérios no Terreiro do Paço. Foi ele que, já ao fim da tarde, obriga a rendição de Marcelo Caetano no Quartel do Carmo. Falo-vos do Capitão Fernando José Salgueiro Maia.

Salgueiro Maia foi talvez o homem mais sério e mais honesto de todos os Capitães de Abril. Foi ele que talvez representou melhor o Espírito de Abril. Recusou todos os cargos de poder que lhe foram oferecidos. Das suas opções e opiniões políticas pouco se conhece. Era o verdadeiro Homem Novo, como dizia o também grandioso Zeca Afonso numa das suas letras. Justo, directo e sincero, Salgueiro Maia foi esquecido pela Democracia que
ajudou a implementar. Talvez porque o poder não lhe interessasse ou talvez porque fosse demasiado frontal e honesto para o ter. Nunca pediu nada em troco das suas acções...

Salgueiro Maia faleceu a 4 de Abril de 1992, vitima de Cancro. No seu funeral estiveram nada mais nada menos do que 4 Presidentes da República. Na hora da sua morte, teve
as honras que rejeitara em vida.

Descanse em Paz Capitão. O seu corpo pereceu, mas a sua memória será eternamente lembrada, por todos os que verdadeiramente amam a liberdade e Abril.

Um bom 25 de Abril para todos e que a nossa memória nunca se esqueça dos que lutaram para que hoje sejamos livres.

Comentários

  1. Olá Gil,

    Associo-me a ti nesta homenagem ao grande rosto de Abril, ao rosto da Liberdade!
    É verdade que recusou qualquer benesse ou cargo político após o 25 de Abril, mas é também verdade, que ironicamente, este rosto da liberdade foi colocado nos Açores para dirigir a Prisão Militar de Santa Margarida.

    Que descanse em Paz!
    Viva a Liberdade!

    bj.

    Ana

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  2. Pois foi... Mandaram-no para os Açores gerir uma Prisão...

    Mas a grandeza deste Homem era indiscutível e ele, como bom militar que era, foi para onde o mandaram, até que a doença o levou.

    Só tenho pena de que a honras só lhe tenham sido dadas, depois de morto.

    Um beijo

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  3. Zé,

    O nosso país é assim. Geralmente só depois de morrerem é que os verdadeiros heróis são homenageados.

    Como dizes, Salgueiro Maia incorpora o espírito do verdadeiro Homem Novo. Pena, é que a maioria daqueles que se dizem paladinos da democracia nao lhe tenham seguido o exemplo.

    Até a sua família soube respeitar a postura do Capitão de Abril.

    Sigam-lhe o exemplo...

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