Barreiro que Futuro? – Desafio 1 (Parte 3)

Como prometido aqui está a continuação dos dois artigos anteriores. Neste artigo desenvolvo o primeiro ponto dos desafios que deixei no artigo anterior, que pode ser consultado aqui, deixando algumas medidas que considero essenciais para o desenvolvimento do Barreiro.

Este foi escrito antes de saber da possibilidade da Cidade do Cinema vir para o Barreiro. Pelo conteúdo abaixo, considero que este facto, a acontecer é uma vitória para o Concelho. Se de facto a actual Gestão Camarária conseguir este Projecto para a Cidade, serei o primeiro a dar os parabéns.

Mas vamos ao que interessa:

  1. Desenvolver uma estratégia assente na recuperação e revitalização do tecido económico do concelho, aproveitando os novos investimentos do Governo e a localização geográfica privilegiada do Concelho.

Esta é parte central de uma estratégia autárquica virada para o Século XXI. Hoje, a aposta exclusiva na política do betão está posta em causa, não só pelas questões ambientais que levanta, mas também pela cada vez maior falta de terrenos para a construção de novas habitações. Por outro lado, o mercado das novas habitações apresenta já um grande decréscimo de vendas, devido às taxas cada vez maiores e à maior dificuldade no acesso ao crédito.

Assim, esta forma de financiamento corre sérios riscos, tendo de ser substituída por uma de cariz mais permanente, se bem que menos imediata, que seja capaz de potenciar a sustentabilidade económica da Autarquia, criando mais postos de trabalho quer directos quer indirectos, tendo como resultado final um crescimento populacional do Concelho e uma melhoria da qualidade de vida no concelho.

A Câmara tem de servir de interface entre o Concelho e os potenciais investidores, quer na vertente da divulgação das condições existentes, quer no apoio à instalação desses investimentos, condicionando, se assim for decidido, a implementação de empresas amigas do ambiente, como por exemplo de tecnologia de ponta.

Criar uma política sustentada na indústria é também desenvolver cadeias de valor, facilitar parcerias entre empresas, apoiar os empresários nas várias etapas do seu negócio e acima de tudo auscultar permanentemente as suas necessidades e adequar as políticas camarárias a estas necessidades.

Estas parcerias permitirão que estas empresas participem activamente na vida do concelho, contribuindo financeiramente para o seu desenvolvimento, pois esse investimento terá o seu retorno.

Esta estratégia deve contemplar:

  • A criação de um "verdadeiro" Gabinete Autárquico de Apoio ao Investimento e ao Empresário, que seja capaz de promover as potencialidades do concelho, quer a nível nacional, quer a nível internacional, que seja um verdadeiro parceiro dos actuais e dos potenciais investidores, facilitando os seus investimentos através da criação regras claras de implantação, de um verdadeiro aconselhamento ao pequeno e médio investimento, fazendo ainda de interface de ligação com as forças económicas do concelho.
  • Criação de um Conselho Autárquico Empresarial orgão colegial onde estejam representados todos os sectores económicos estabelecidos no Barreiro, que agirá como interface entre a Gestão Autárquica e os agentes económicos da cidade, quer no âmbito da resolução de problemas que afectem as suas actividades, quer na auscultação de novas políticas camarárias. Esta estrutura deverá ser organizada por sectores de actividade, reunindo com uma periodicidade fixa.
  • Actualização da política de derramas, criando taxas mais atractivas para os investidores, permitindo uma maior fixação de indústria no Concelho. Quanto maior for o número de empresas, maior será a entrada de verba, resultante da derrama.
  • Disponibilização de novas áreas territoriais para a construção de parques industriais, criando as condições necessárias, quer em infra-estruturas quer em condições financeiras, para a implantação de empresas de cariz tecnológico, capazes de gerar novos postos de trabalho de mão-de-obra qualificada, possibilitando o estabelecimento de parcerias com as universidades sediadas no concelho e no distrito.
  • Estabelecimento de uma verdadeira política de parceria com a Quimiparque, de forma a aumentar a visibilidade desta e criar as condições necessárias ao aumento da sua actividade. No meu entender, a Quimiparque deverá ser um dos parceiros privilegiados da Câmara, pelo conhecimento que tem na gestão de parques industriais e pelas ligações que poderá estabelecer aos empresários já instalados e potenciais interessados.

Este enfoque na revitalização do tecido empresarial do Concelho, permitirá paralelamente um maior encaixe financeiro por parte da Câmara, através das derramas lançadas às Empresas, que a manterem-se no Concelho, permitirá uma maior previsão dos proveitos, tornando-os menos variáveis, o que não acontece com as receitas do licenciamento da Construção.

Até para a semana e tal como escrevi no último artigo, se houver nada mais de extraordinário, para a semana publicarei a quarta parte desta série de artigos.

Um bom fim-de-semana.

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