Hoje vou fazer um pequeno exercício de economia.
Estamos em crise financeira. Isso é do conhecimento e aceite por todos. Na maioria das empresas, o estado das contas é tão lastimável que algumas tiveram mesmo de fechar portas.
São as encomendas não vêm, os preços que aumentam por via dos custos dos combustíveis, as matérias-primas a aumentar de preço, etc.. Tudo isto fez aumentar a despesa e baixar a competitividade das nossas empresas.
É como em nossa casa. Se o vencimento que auferimos mensalmente não chegar para as despesas o que fazemos? Ou cortamos nas despesas ou recorremos ao crédito. Se recorrermos ao crédito, agravamos a despesa, pois temos de pagar os custos desse crédito. Nesse mês o filho lembra-se de dizer ao pai: “ó velhote a vida tá a ficar mais cara, tens de me aumentar a mesada, que esta já não dá para comprar berlindes. E nesta situação aumentamos a mesada do nosso filho? Ou dizemos-lhe que tem de se aguentar com o que tem, porque o dinheiro não cresce nas árvores e nós não queremos aumentar a nossa despesa interna?
Se a coisa se agravar muito, teremos de pagar primeiro as despesas fundamentais e deixar para depois as que são secundárias. Talvez até retirar a mesada ao filho, porque precisamos de pagar a alimentação, a luz, a água e o crédito à habitação ao banco, porque estas despesas permitem que continuemos a poder viver com algum conforto e esperar que venham tempos melhores.
Também poderíamos arranjar um segundo vencimento, mas para isso teríamos de arranjar um segundo trabalho. Talvez com um segundo vencimento, pudéssemos fazer face às nossas despesas e até aumentar a mesada do nosso filho. Mas isso implicaria mais esforço e menos tempo em casa.
Estas são as opções que neste momento temos nas nossas vidas. Se sabem outra maneira digam...
Caro Gil,
ResponderEliminarA formação das pessoas, incluindo os empresários,a melhoria dos salários,a melhoria da produtividade,o não investimento em mega estádios de futebol, as mega obras, os mega salários dos gestores publicos,a repartição dos lucros exorbitantes das grandes empresas, Galp,EDP, bancos, etc.
Podia aqui continuar, mas penso que como exemplos.
Cumprimentos, Caro Gil.
Zé Ferradura
Caro Zé.
ResponderEliminarOs Lucros da Galp e da EDP são mega, está bem. Mas como é que se repartem?
Entre quem investiu nas empresas ou por todos? E que parte dos lucros? 5%, 10% ou 90%? Sabe que o estado já tem uma posição minoritária na EDP e na Galp tem uma golden share, mas a empresa tem outros accionistas... Se dinheiro fosse seu, achava bem que o estado lho retirasse, porque tinha tido ganhos ?
E para além do mais já existem impostos que essas empresas têm de pagar.
Quanto às mega obras (à excepção dos estádios) está a falar do TGV e da TTT?
O TGV é financiado pela UE e a TTT parece-lhe um mau investimento?
No entanto tem razão quando fala na formação das pessoas e dos empresários. Ai estou de acordo consigo. No entanto isso só por si não melhora a produtividade.
Relativamente ao aumento dos salários, como o fazer? Já alguma vez contabilizou os benefícios que tem? sabe concerteza que uma pessoa que aufira por mês 500€ não custa isso. Custa muito mais à empresa.
Quanto vale a garantia de trabalho por tempo indeterminado? Quanto vale o direito à doença? (repare que não estou a por em causa o direito à doença, só pergunto se não tem valor).
Sabe que uma empresa hoje, de um momento para o outro pode ficar sem trabalho. Como sustentar os seus trabalhadores? Como não os pode despedir, quando não necessita deles opta por fazer contratos a curto prazo e pagar pouco ou então põe o trabalhador a recibos verdes.
Sabe o que eu gostaria de ouvir os sindicatos exigirem, mais formação... Maior apoio no desemprego, tais como garantia de inserção na vida activa, no menor espaço de tempo possível, digamos 2 meses, e com um vencimento nunca abaixo dos 80% do último vencimento auferido.
Ao dificultar o despedimento o que os sindicatos estão a fazer é que menos gente entre no mercado de trabalho e ao entrar o faça com salários baixos.
Quer que aumentar os salários? acabe com as dificuldades nos despedimentos. Mas salavaguarde que se o um trabalhador for despedido por via do seu sexo, raça ou credo ou cor política a empresa seja condenada a pagar as custas de desemprego do trabalhador. Nunca a reinserção. Isso é a coisa mais nefasta que o código do trabalho tem para o trabalhador. Já viu, o patrão não gosta de si, despede-o e ao apanhar consigo outra vez, vai-lhe dar beijinhos? Vai passar a gostar de si?
Caro Zé. Eu sei que interiormente me está a chamar reaccionário, neoliberal ou coisas piores, por isso faço-lhe um pedido a si e a quantos ao pensarem o mesmo, enquanto lêem este comentário, por favor pense bem no que escrevi e reflicta, tendo em conta a nossa realidade actual. Analise se as minhas propostas são mesmo assim tão más para os trabalhadores.
Não espero que o meu amigo mude de opinião, mas não pode só olhar para o seu lado quando faz as suas análises. Tente ver dos dois lados da questão, porque se assim não o fizer, está a por em perigo, quem ainda hoje tem trabalho.
Saudações democráticas e cordiais
Caro Gil,
ResponderEliminarSim confirmo que são pensamentos neoliberais e retrógadas. Portugal é dos paises que tem das maiores destruições de postos de trabalho na união europeia (livro branco das relações laborais) foi encomendado por quem? Governo PS!
A formação é baixíssima, tem sido destruido o sistema educativo, por quem? Governos PS e PSD!
O actual Código de Trabalho procura em nome da mobilidade atacar o direito ao pleno emprego e á estabilidade do mesmo, dividir precários de efectivos, financiar as empresas permitindo a rotação rápida da sua mão-de-obra.
Trata-se de um embuste com grande carga demagógica e divisionista que não consagra o direito ao trabalho mas sim a obrigação de trabalhar. Com o que se comprometeu o PS? Não cumpriu com as promessas eleitorais em relação ao código enquanto oposição!
A carga fiscal para as empresas no nosso país é um factor de falta de confiança para novos investidores!
Bem caro Gil, tinha aqui pano para mangas!
Desculpe o tamanho do comentário!
Sugiro que tenha maior respeito pelas questões sociais, pois são estas os maiores valores da sociedade e da democracia!
Saudações cordiais.
Zé Ferradura
Pois é, se calhar serão melhores as tomadas de posição demagógicas e encomendadas da CGTP, pela voz do Carvalho da Silva.
ResponderEliminarO problema da concertação social são os sindicatos. Sabem porquê?
Porque grande parte dos sindicalistas são sindicalistas profissionais que não sabem o que é verdadeiramente trabalhar e esquecem-se de quem trabalha.
Nos EUA, os sindicatos pagam aos desempregados seus membros.
Aqui, prestam (quando o fazem) um apoiozeco jurídico e por aí se ficam.
Há que melhorar o nível e a qualidade da grande maioria dos sindicalistas!!! Que eles se movam no interesse dos trabalhadores e nunca das forças políticas que os manobram!!!
Caro Zé as minhas ideias estão longe de serem neoliberais e muito menos retrógadas.
ResponderEliminarMas vamos por partes.
Formação baixissima - Quem acabou com o ensino profissional a seguir ao 25 de Abril? Quem baseou o sistema de promoções somente na antiguidade e acabou com as provas de competência? Quem recusa sistematicamente as avaliações e os sistemas baseados no mérito? Porque é que o Zé há-de receber o mesmo que o seu colega, se trabalha mais e melhor? Quem quer que os trabalhadores sejam nivelados pelo mínimo denominador comum, em vez da excelência? Eu respondo-lhe... A CGTP e o PCP.
Neste ponto gostaria que visse as estatísticas escolares e ver que em 2006 houve um aumento nos ingressos escolares e maior nº de crianças a frequentar o ensino profissional, como alternativa à desistência de estudar. Sabe quem apostou no ensino profissional o PS.
Pleno Emprego - Como é que o emprego pode ser estável se as empresas e os mercados não o são? Como ter pleno emprego, se as empresas fecham? Como garantir o emprego às pessoas se não conseguimos garantir que as empresas mantenham as portas abertas? Vai tudo para o Estado?
Mobilidade - Olhe sabe, eu conheço um par de empresas no Alentejo que têm falta de soldadores. Não os encontram. Não existem. Se houver em demasia em Lisboa, estes não podem mudar-se para o Alentejo, porque estão presos a crédito bancário que os obriga a permanecer e a suportar as condições que lhes derem.
O direito ao trabalho é como o direito a uma habitação condigna, que está consagrado na constituição. é giro de se ver escrito, mas é impraticável. Porque todos os que contribuem para a construção das casa, gostam de comer e receber o vencimento ao fim do mês.
O financiamento das empresas através da rápida rotação de mão-de-obra? Como? explique que eu esta não entendi.
Caro Zé quem não tem respeito pelas questões sociais são aqueles que puseram os trabalhadores nas condições precárias em que estes se encontram hoje. Os Sindicatos e os seus discursos partidários.
Quem não tem respeito pelas condições sociais são todos aqueles que acreditam em almoços grátis e propõem medidas que sabem ser incoerentes e impraticáveis, sem qualquer realismo. Sim porque o dinheiro tem de vir de qualquer lado.
Não me peça maior respeito pelas questões sociais, quando aquilo que me diz resultará num agravamento da diminuição dos postos de trabalho, mandando com mais trabalhadores para o desemprego.
Meu caro Zé. Acredito e sempre acreditei no papel previdência do Estado, mas não no papel providência em que o Estado se tornou.
Politicamente defino-me como um liberal social e não um neoliberal, pois acredito que o Estado deve desempenhar alguns papeis no mercado, não deixando este à sua livre regulação. Também acredito que o apoio social deve ser desempenhado pelo estado, ou por alguém que substitua o Estado.
Mas o resultados do vosso discurso e das vossas políticas é transformas os trabalhadores em pedintes, de mão estendida à caridade.
E por último, relativamente à carga fiscal das empresas é efectivamente verdade. É uma das barreiras ao investimento. Mas há mais. A lei laboral é outra e o estado da Justiça é das mais fortes.
Sabe meu caro é impossível resolver o problema das relações laborais e das leis que gerem o trabalho, sem olhar tanto para empresas, como para trabalhadores e os senhores ainda não compreenderam isso.
Não interprete nenhuma das minhas palavras como uma ofensa a si. Bem sei que não é comunista, mas neste caso tem um discurso igual.
É sempre um prazer recebe-lo.
Saudações democráticas
Caríssimo Gil,
ResponderEliminarEste será o meu ultimo comentário a este seu post, não porque não voltarei, mas sim para dar espaço a outros comentadores.
Em primeiro lugar, digo e afirmo que não sou comunista,tenho respeito pelas diferentes opiniões, podendo ou não discordar, é um direito que me assiste!Sou francamente de esquerda, que também o PS tem, e que é um principio de valores que se encontra oculto pela vontade de modernidades políticas actuais, mas deixaremos esta questão para outras montras.
O pleno emprego tambem diz respeito à segurança do emprego, para isso têm tambem de contribuir as boas relações entre entidades patronais e trabalhadores, neste aspecto previligio os acordos no interior das empresas que garantam a paz social!
Tenho como principios que, tornar acessíveis ao homem todas as coisas de que necessita para levar uma vida verdadeiramente humana: alimento, vestuário, casa, direito de escolher livremente o estado de vida e de constituir família, direito à educação, ao trabalho, à boa fama, ao respeito, à conveniente informação, direito de agir segundo as normas da própria consciência, direito à protecção da sua vida, fazem parte da harmonia de um povo.
Ora, considerando que as relações laborais se têm degradado, veja-se o que mudou para melhor, em algumas empresas, o actual código de trabalho.Nada! Aumentou foi, e de que maneira, o trabalho precário!
Completamente de acordo relativamente aos "sindicalistas profissionais", nomeadamente os que estão fora das empresas há 20 e 30 anos que não conhecem as empresas e as relidades sociais de cada empresa, neste aspecto parece-me que as alterações para que a caducidade das convenções colectivas,forçosamente, faça com que sindicalistas tenham outra disposição para negociar é um boa medida, mas vamos ver o que acontece!Olhem para as convenções Espanholas e aprendam!
Cordiais saudações
Zé Ferradura
Caro Zé tenho pena que seja o seu último comentário a este artigo, pois responder-lhe é sempre prazer.
ResponderEliminarConcordo consigo a 80%. Os 20 que não concordo obviamente que estão ligados ao Código do Trabalho. Não concordo que tenha aumentado o trabalho precário. O que aumentou e substancialmente foi a precariedade das condições em que as nossas empresas operam.
Reguengos amigo, concordo que estes sindicalistas profissionais estão muitos desfasados da realidade. Mas são eles que fazem a agitação social a que temos assistido e que vai dar mau resultado.
Zé Gil
ResponderEliminarTambém passei por cá.
Deixei-lhe uma resposta no estaminé.
Volto outro dia para comentar o seus.
cumpt
Ana Camarra já lhe respondi no seu Blog.
ResponderEliminarVolte sempre, principalmente se não concorda comigo. Assim a "arte" de blogar fica bem mais divertida e vocês, os do contra (estou a brincar obviamente), obrigam-me a justificar as minhas opiniões e ler ainda mais para as justificar.
A Ana volte que da minha parte faço tensões de continuar a ler o seu blog e a intervir sempre que achar que devo.
Para além do mais é uma simpatia.
Caro Zé entendo que dê por encerrado este assunto para si. Espero que não se tenha sentido ofendido de forma alguma, pelas minhas palavras. Se isso aconteceu peço-lhe humildemente desculpa e garanto-lhe que foi sem intenção.
Obviamente que continuarei a ler o seu blog, que acho que faz um trabalho admirável, tal como outros, no esclarecimento cabal das situações que ocorrem no Barreiro.
Amigo Reguengos. Companheiro de longa data. Tens andado desaparecido. Espero que a tua volta seja permanente, pois este espaço também é reservado à tua opinião.
A todos os que lêem e não comentam. Sejam sempre bem vindos e se quiserem deixar a vossa opinião serão sempre bem recebidos, mesmo que sejam contrários às minhas ideias.
Um excelente fim-de-semana para todos.
Caro Zé tenho pena que seja o seu último comentário a este artigo, pois responder-lhe é sempre prazer.
ResponderEliminarConcordo consigo a 80%. Os 20 que não concordo obviamente que estão ligados ao Código do Trabalho. Não concordo que tenha aumentado o trabalho precário. O que aumentou e substancialmente foi a precariedade das condições em que as nossas empresas operam.
Reguengos amigo, concordo que estes sindicalistas profissionais estão muitos desfasados da realidade. Mas são eles que fazem a agitação social a que temos assistido e que vai dar mau resultado.