Silêncios Gritantes

É sempre reconfortante saber que os nossos alunos do 12º ano não nos desiludem.

Depois do problema com a subida das notas de matemática que deram um valente burburinho na comunicação social, pondo-se em causa a dificuldade do exame e tecendo-se uma quantidade de considerandos sobre o bom nome das pessoas que elaboraram os exames, finalmente a paz social voltou à escola. Os resultados dos exames de Português saíram e parece que foram piores do que os do ano passado. O que fizeram oposição, movimentos civis e órgãos de comunicação social? Nada. Remeteram-se ao silêncio. Talvez porque é normal e portanto não é notícia. Ou então deve ser a disciplina que não interessa. A matemática sim é importante... Agora as notas de Português que se lixe!!!

Sobre o Ensino, o governo propõe-se a acabar com os QZP (Quadros de Zona Pedagógica) progressivamente já a partir deste ano. Ora isto significa que os professores vão passar a vincular aos Agrupamentos Escolares. Desta vez o nosso amigo Mário Nogueira não reagiu. Não disse mal nem bem. Não disse nada. Será que esta alteração importante não merece um comentário por parte dos sindicatos? Ou não é importante?

O Governo vai investir 536 milhões de euros na requalificação de 74 Escolas Secundárias, 26 das quais já no ano lectivo de 2008/2009. A ideia é modernizar as Escolas com o melhor da tecnologia e da arquitectura escolar. Comentários? Nem um... Nem MFL se pronunciou sobre o assunto. Fiquei à espera que a veccia signora (desculpa Juventus) dissesse que esse dinheiro era necessário para o apoio aos carenciados, mas mais uma vez foi só silêncio.

A nota que publiquei sobre o alargamento dos horários de trabalho do MTSS, em que o governo diz que se opôs ao opt-out das 65 horas semanais no conselho Europeu de Ministros do trabalho, chumbando a proposta, por não considerar ajustada, foi completamente silenciada e mais uma vez os senhores da oposição, os senhores dos sindicatos e afins, acharam que o silêncio era a melhor resposta, depois de terem andado a dizer que este governo queria era as semanas de trabalho de 65 hora.

E assim vai o nosso país. E depois admiram-se que Portugal esteja na cauda da Europa. Somos muito lestos a dizer mal quando as coisas não nos agradam. Mas quando as medidas são boas o que fazemos? Nada remetemo-nos aos Silêncio. Lá diz o povo " Há silêncios que dizem mais que mil palavras".

Comentários

  1. Bom Dia José Gil

    Tenho passado por cá mas você tem estado parado.
    Os agradecimentos:

    Já alguma vez agradeceu a quem lhe limpa a rua?
    E a quem lhe recolhe o lixo?
    E a quem rega o jardim?
    E a quem limpa as escolas?
    E a quem mantém os semáforos a trabalhar?
    E a quem impede assaltos?
    E a quem prende traficantes?
    E a quem transporta para o trabalho diariamente, a tempo e horas, a si ou os seus?
    E a quem mata os ratos?

    Geralmente ninguém faz isso.
    Talvez devêssemos fazê-lo.
    Mas nunca se faz, não é por mal é porque isso é que se espera.

    Portanto não me parece bem agradecer ou louvar o Governo por governar, se bem que ainda esteja desconfiada com essas medidas todas.
    Espero sinceramente que sejam para o melhor de todos.

    Agora não tenho tempo para mais, depois volto.

    cumpts

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  2. Olá Ana. Sim tenho estado parado. A questão não é agradecer ao Governo, mas sim comentar criticamente.

    Acho que se trata de honestidade política. Criticar quando se acha que está errado e "aplaudir" quando se considera que é bom.

    As profissões que referiu são todas importantes, mas não acho que haja comparação. Porque também não os critica directamente quando não fazem o seu trabalho.

    Cumprimentos

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  3. Caro Gil,

    Então o que diz da publicação de hoje do Eurostat?

    Não lhe parece que estejamos em maus caminhos?

    (não se desculpe com a questão do petróleo)

    Cordiais cumprimentos
    Zé Ferradura

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