Eleições, Sócrates, Chavez etc..

Hoje apetece-me falar do meu partido e da minha posição face aos últimos actos eleitorais.

Em primeiro lugar acho que quem ganha deve governar e ter condições para o fazer. No entanto, recuso liminarmente a passagem de "cheques em branco" como uma das condições para que o poder possa ser exercido. Em segundo lugar, gostaria de deixar bem claro que tenciono ajudar o partido em tudo o que eu possa de forma a que possa sair triunfador nos próximos actos eleitorais, mas escusam de usar as eleições como chantagem por forma a calar as vozes discordantes. Como é meu apanágio, sempre que estiver em desacordo, demonstrá-lo-ei em sede própria e não em público, mas não me calarei. Em terceiro lugar quero deixar bem claro que, apesar da amizade que tenho ao Amílcar Romano, nada me une à sua facção política, nem à do Arquiteto Carlos Pires, daí ter-me candidatado, pela segunda vez, numa lista independente dessas duas facções.

E para fechar este assunto só queira acrescentar que mais cego é aquele que não quer ver e que aceito recados nem lições de moral de ninguém. se concorri pela lista que concorri é porque politicamente não me revejo nem na forma, nem no conteúdo apresentado pelas outras duas listas e assim sendo, continuarei fiel ao compromisso que estabeleci com quem em nós votou e acreditou nas nossas ideias.

Vamos a outras eleições... As para o Congresso Nacional do PS a realizar-se em Espinho. Ganhou o Camarada Sócrates, em quem votei (isto só para que fique bem clarinho como a água), com cerca de 95% dos votos. Se por acaso pensavam que a maioria dos socialistas estavam contra o seu Secretário Geral e Primeiro Ministro ENGANARAM-SE REDONDAMENTE!!!!

Lá por fora o Hugo Chavez conseguiu ganhar um referendo que permite alterar a constituição venezuelana de modo a que não haja limitação do número de mandatos do Presidente. Parece que a votação foi validada apesar de algumas queixas... Se, por um lado, considero que é um revés no processo democrático venezuelano, não posso deixar de sublinhar que foi um referendo livre e que ainda assim a alteração da constituição não garante per si que o sr. ganhe as sempre eleições!!! Garante sim que ele pode ser candidato as vezes que entender... Por isso não confundamos as coisas... O povo mantêm a sua capacidade de o eleger ou não, pelo que a democracia pode ter saido fragilizada, mas ainda não foi posta em causa por esta medida.

P.S. Será que pode existir um paralelo entre a Politica de Chavez e de Sócrates? O segundo limitou mandatos dos cargos políticos e o primeiro conseguiu retirar essa limitação... Tem tudo a ver.