AJJ E COMUNISMO

NOTICIA DE ÚLTIMA HORA: "ALBERTO JOÃO JARDIM QUER PROIBIR O COMUNISMO NA PRÓXIMA ALTERAÇÃO CONSTITUCIONAL"

Manuela Ferreira Leite ainda não comentou, mas já pediu um inquérito para apurar responsabilidades, de quem é que deixou que esta noticia viesse a público. É que assim estragaram a surpresa.

Quanto tempo demorará a senhora a comentar esta notícia... E Cavaco?

Comentários

  1. E eu a pensar que irias comentar a ideia e não a notícia da ideia...

    O comentário de ambos vai ser simples: a Manuela vai se desmarcar, o Cavaco "Não comento questões partidárias", "mas parece-me pouco adequado ao contexto de crise,.."

    ResponderEliminar
  2. Pyros a noticia não me merece nenhum comentário, porque não pode ser séria.

    Como sabes eu considero que existe uma grande lacuna na nossa constituição que é o facto de proibir determinados tipos de partidos.

    Como tu também sabes eu considero que o combate a essas ideias dever partir do conhecimento e da razão e não da proibição.

    Concordo com o teu comentário do que será o comentário de ambos.

    ResponderEliminar
  3. De acordo com o que li (que vale o que vale), a notícia também não é séria - ou seja, não reflecte correctamente o que o JA disse.

    Aparentemente a proposta é de alterar o artigo da constituição de proibir o fascismo para proibir partidos que defendam regimes totalitários. Onde os tradicionais marxistas se enquadrariam.

    Por acaso assim faz mais sentido. Que me lembre, existem 3 posições a partir da actual incongruência:
    -Proibir expressamente partidos da extrema esquerda, nomeadamente o partido comunista, em virtude de se proibir o fascismo
    -Proibir os partidos que defendam regimes totalitários
    -Retirar esse tipo de proibição, nomeadamente a existente em relação ao fascismo.

    A primeira opção, proposta por uma questão de simetria estética, é uma falácia - o oposto do facismo não é o comunismo. Aliás, são primos muito próximos e aconchegadinhos. Daí não gostarem nada um do outro (por motivos similares ao amor entre o PCP e o BE)
    A segunda já é mais lógica, embora imbuída da tendência totalitária que visa proibir. Tal não deixa de ter piada :)

    A terceira é a que fará mais sentido. Mas enfim....

    ResponderEliminar
  4. Já agora Gil, uma pequena observação: Vivemos num mundo obsecado pela rapidez e imediatismo. Porque raio é que o PR deveria comentar as afirmações do AJJ (ou de qq outra pessoa) de acordo com um calendário imediato, ou mesmo de todo?
    Normalmente os de que não gostamos, claro, queremos que respondam de imediato a algo que achamos que os embaracem.

    A obrigação dos políticos ao comentário é menor do que em geral queremos fazer crer. A pressão temporal que colocamos leva simplesmente a uma menor qualidade do nosso sitema político e, por arrasto, da sociedade.

    Preocupamo-nos com o soundbyte e queremos que os políticos respondam ao soundbyte. Abafamos espaço e atenção para respostas ponderadas, calculadas, articuladas e baseadas em factos para questões estratégicas e de longo prazo. Algumas delas muito incomodativas para todos os partidos. Por isso evitadas e abafadas.

    Poderia dar alguns exemplos:
    Porque é que o Estado Português tem um sistema de contas arcano, não transparente e não auditado (não, não é o TC que safa a coisa), ao invés de seguir as
    normas internacionais de contabilidade?
    Para quem não sabe, as contas do estado português serão técnicamente priores que o mais escandaloso caso de offshores de qq banco. Sim, mesmo os nacionalizados.

    Porque é que existe uma geração que está a eceber rendimentos de pensões muito acima do retorno admissível face ao dinheiro que lá colocou e - ainda por cima - pago por uma geração que vai meter lá muito mais dinheiro e receber muito menos? (roubo intergeracional)
    Porque raio é que não existe uma ligação individual, clara e efectiva entre as pensões e as contribuições, acabando retroactivamente com os benefícios que dão retornos desproporcionados (nomeadamente cargos políticos, funcionários públicos, ...)? Deve-se criar um imposto especial para estes casos, que efectivamente limite as pensões recebidas a, diremos, 4 SMNs?

    Qual a visão estratégica para Portugal? Um país aberto de desenrascas que pouco produzem?
    Qual deve ser o grau de abertura do Estado ao escrutínio dos cidadãos?

    Quando é que alteraremos a nossa forma de organização do território, definida nos inícios do Sec XIX?

    Devem a quase totalidade dos ministérios e restantes serviços públicos ser retirados de Lisboa (para bem fora) de forma a promover um adequado desenvolvimento espacial?

    Como é que deve ser organizada a receita fiscal nacional: sistema centralizado com "trickle down", sistema concêntricos, sistema dual, ...?

    Deverão os rendimentos ter taxas de imposto diferenciadas de acordo com o risco e criação de valor?
    Como deverá ser feita a aplicação e monitorização da justiça, face aos mecanismos tecnológios actualmente existentes?

    Que grau de vigilância deve o estado poder ter sobre a sociedade e a sociedade sobre o Estado?

    Qual a posição da sociedade sobre novos mecanismos de definição genética?

    Enfim, haveria estes e muito mais, mas o que interessa é a última coisa que o AJJ disse :P

    ResponderEliminar
  5. Pyros as perguntas que deixas são infinitamente mais importantes que as perguntas que a minha "vontade" de ver quando é que o PR responde àquilo que AJJ disse.

    No entanto, lembro-te que este senhor foi lesto a perguntar e a pedir explicações em casos de muito menos seriedade, como o caso da PT-TVI. Ou foi lesto a assegurar que Dias Loureiro era inocente.

    Caro Pyros compreendo onde queres chegar e concordo que mais tarde ou mais cedo, as tuas perguntas terão de ter resposta. Mas em todo o caso estas afirmações de AJJ jogam com a nossa "fraca" noção de democracia e com aquilo que nela deve ou não ser permitido.

    Um abraço

    ResponderEliminar
  6. Em termos de importância relativa, discordo completamente Gil.

    O assunto levantado pelo AJJ pode ser mais profundo. Mas o facto de ele o levantar é menos importante do que qualquer um dos casos mencionados:

    -O da PT trata-se da interferência entre um dos três poderes do Estado - o executivo - com o "quarto poder" - a comunicação social. A acontecer, isto é potencialmente muito grave meu caro - o preço da liberdade é a eterna vigilância. Deveria ter o PR dito alguma coisa? mmmh, pessoalmente eu teria esperado para ver como a coisa evoluia antes de dizer alguma coisa.

    -O segundo caso que referes - na prática muito mais simbólico que qualquer outra coisa - envolvia a idoneadade de um membro do CE (cuja utilidade é.. enfim), logo, directamente o PR. E a bem da verdade, convém ser factual Gil - não imites o Bernardino Soares - o PR nunca disse que o DL era inocente - apenas que na altura não havia qualquer motivo para duvidar da sua idoneidade e da "declaração" do mesmo. Embora ache que por motivos simbólicos essa idoneidade seja absolutamente crítica, o facto é que na prática é bem menos grave que a maioria dos casos autárquicos que se vê (Isaltino, Fátima, ...). Ou do caso do PM. Eu acredito tanto na inocência de um como de outro.

    ResponderEliminar
  7. Como te disse cá estou eu a responder-te. Então cá vai...

    No caso da PT-TVI será que esteve mesmo em perigo a liberdade de imprensa? Será que o negócio da PT-TVI visava mesmo o despedimento do Director da TVI e sua esposa? Será que seria mesmo esse o objectivo da negócio? hummm não te parece um pouco rebuscado? Se a mim me parece e provavelmente a ti também (estou a assumir isto às cegas, mas como sei que tens bom senso... arrisco) não deveria parecer a Cavaco (à Manuela nem tanto... aquela coisa do jogo político)? Mas não pareceu...

    No caso de Dias Loureiro o que eu critico é o pronunciamento. Deverá o Presidente pronunciar-se sobre o assunto? E o que fazer se DL for considerado culpado pelos tribunais? O que deverá fazer Cavaco?

    Claro que eu também sei que a atitude do Governo no negócio PT-TVI não foi dos melhores. E claro que o PM sabia do negócio (quanto mais não seja como um rumor ou um coscuvilhice), mas daí até o negócio ser um estrategema para acabar com um foco de critica... É preciso ser muito sonhador

    Acreditas tu que a liberdade, nos últimos 4 anos, esteve mais em perigo que antes? ou com governos de outras cores?

    Um abraço amigo

    ResponderEliminar
  8. Começando pelo fim, a liberdade é subtil. E está mais ou menos em causa não por virtude dos governos, mas em virtude (ou não) de questões sociais e tecnológicas. Como a Internet. Sei que a liberdade económica é claramente inferior, também em virtude do peso de um estado gordo e inimputável. Mas isso são outras conversas.

    Pessoalmente não acredito que se tratasse de um plano originado pelo PM para despedir o JEM ou a BL (Boca Larga). Aliás tenho uma ideia - que admito ser completamente esotérica - sobre o quem quis o quê com a "coisa".

    E que o JS mentiu quando disse que não sabia de nada, parece ser um dado adquirido por muitos.

    Em relação ao DL o PR não tinha outra hipótese senão se pronunciar. Tal como teria e terá sempre de o fazer em casos que envolvam directamente a instituição que representa. Mas tens de ter em atenção as exactas palavras, e passo a citar:

    'Depois de ter recebido Manuel Dias Loureiro, segunda-feira ao fim do dia, o Presidente da República disse ontem não ter qualquer razão para duvidar da palavra do seu conselheiro de Estado. "Garantiu-me solenemente que não cometeu qualquer irregularidade nas funções que desempenhou" em empresas do universo do Banco Português de Negócios (BPN), afirmou Aníbal Cavaco Silva.

    "Não tenho qualquer razão para duvidar da sua palavra", sublinhou o Presidente, depois de revelar que Dias Loureiro lhe assegurou, no Palácio de Belém, que "as suspeitas lançadas sobre ele não têm qualquer fundamento, são mentira". Apesar do voto de confiança em Dias Loureiro, Cavaco lembrou que também não tem qualquer razão "para duvidar da palavra de muitas outras pessoas que falam comigo".

    Cavaco Silva recusa, no entanto, o papel de juiz no caso BPN: "Não é tarefa de um Presidente da República fazer julgamentos a qualquer pessoa, seja membro do Governo, das Forças Armadas ou membro do Conselho de Estado. Nem é tarefa de um Presidente fazer trabalhos de investigação", ressalvou. "São 19 os conselheiros de Estado, todos me merecem o maior respeito".'

    Na realidade, a atitude da altura de DL não deu grande espaço de manobra ao PR (com amigos destes...). O PR disse que não tinha razões para não aceitar a palavra de DL, porque, na realidade, não as tinha. Objectivas... E esperto como é (nenhum destes senhores é parvo), tratou de dizer que não se tratava de um julgamento sobre a matéria subjacente e que muitas pessoas lhe mereciam confiança, incluindo todos os outros CEs.

    Desconfio é que a memória nos trai. Ouvimos mal em Portugal. E isto ligando ao novo post que fizeste. Na base nas nossas opiniões mal fundamentadas está logo o simples facto que não ouvimos o que as outras pessoas efectivamente dizem, mas o que nós julgamos que elas dizem. E, em sequência, afirmamos que elas disseram algo que não disseram de todo. Cometemos erros de lógica uns atrás de outros, uns propositados (no bas-fond do jogo político), outros sem querer. Aliás, é por isso que eu jamais respeitarei o JS - pela simples razão que ele ou é mentiroso, incapaz de raciocínio lógico, ambas, ou, pura e simplesmente, com um défice de "audição" muito acima do admissível. Já assim o era enquanto ministro do ambiente, em que contra argumentos não há factos.

    Já em relação aos portugueses em geral, quem não sabe pensar, saber-se-á governar?

    ResponderEliminar
  9. Pyros eu não disse que a democracia estava em perigo por causa da internet. o que eu disse é que esta era um espelho da nossa democracia.

    Relativamente ao DL estamos de acordo que foi isso que Cavaco afirmou. Eu não concordo que o tenha afirmado. Deveria ter sido recatado relativamente a esse assunto. Só isso e é mesmo uma opinião pessoal.

    ResponderEliminar
  10. Apenas para clarificar que eu acho que a Internet contribui para fortalecer a democacia, em Portugal e em todo o mundo.

    É, aliás, o principal factor de liberdade a nível mundial e a razão porque estas eventuais "aventuras" dos governos não têm o perigo que de outro modo teriam.

    Assim, não acho que a democracia portuguesa esteja em perigo, mas tal não sucede em virtude das acções deste governo e dos partidos com assento parlamentar.

    ResponderEliminar
  11. Apenas para clarificar que eu acho que a Internet contribui para fortalecer a democacia, em Portugal e em todo o mundo.

    É, aliás, o principal factor de liberdade a nível mundial e a razão porque estas eventuais "aventuras" dos governos não têm o perigo que de outro modo teriam.

    Assim, não acho que a democracia portuguesa esteja em perigo, mas tal não sucede em virtude das acções deste governo e dos partidos com assento parlamentar.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

7 Perguntas a Carlos Humberto

Lavem a Lei do Financiamento dos Partidos com Tide

Mariquices e Disciplina de Voto