Eleições Legislativas 09

Caros amigos para aqueles que se interrogam se fui de férias, justificando assim este hiato onde a escrita esteve ausente deste blog, respondo-lhes que não. Somente não me apeteceu escrever nada. Tenho andado ocupado e as escritas ficaram sempre para segundo plano, ou para plano nenhum.

Hoje gostaria de dizer algumas palavras sobre o estado da nação... No próximo dia 27 de Setembro os portugueses vão ser chamados a decidir sobre o futuro deste país. Penso que as opções estão mais do que demonstradas e agora cabe aos portugueses decidirem o que querem para o seu país, quem querem a liderar e como o querem a governar.

Como seria de esperar vou votar Sócrates. Não o faço por ser militante do seu (nosso) partido, mas porque genuinamente acredito que ele representa o melhor para Portugal e para o nosso futuro. Com ele este país deu um pulo tecnológico que seria dificilmente concebível em 4 anos, mas fez. Destaco uma medida que me parece emblemática do que acabei de escrever, o Magalhães. Pela primeira vez, todas crianças têm um computador, quando digo todas, quero dizer mesmo TODAS. Será que alguém se lembra de uma medida de maior justiça social? Independentemente do rendimento dos pais, os filhos poderão aprender a trabalha com computadores, dando-lhes mais ferramentas para poderem no futuro serem pessoas activas e não indigentes. Com ele arrumamos as contas e a casa e ainda assim houve espaço para que o Estado corrigisse as desigualdades sociais, com medidas como o Complemento Solidário de Reforma para os idosos, o prolongamento do Subsidio de Desemprego, a criação do Subsidio Solidário de desemprego, o cheque-dentista para grávidas, entre outros.

O que podemos esperar dele, mais do mesmo (no sentido positivo) porque o projecto que ele tem para o país, não se esgotou em 4 anos. Continuação do apoio às empresas exportadoras. Continuação do trabalho desenvolvido para tornar as pmes capazes de serem mais competitivas no mercado exterior. Aposta na formação profissional e na dotação de competências aos trabalhadores portugueses. Integração de Portugal na Rede de Alta Velocidade e melhoria da rede ferroviária portuguesa, permitindo mais e melhor movimentação de mercadorias.

Também para o Barreiro e para os Barreirenses é importante que Sócrates ganhe, pois só com ele teremos assegurado os investimentos para o nosso Concelho. A saber:
1 - Terceira Travessia do Tejo com componentes ferro e rodoviárias;
2 - Oficinas gerais do TGV no Barreiro;
3 - Reabilitação do Arco Ribeirinho do Tejo (este já aprovado e lançado).

Por isso em 27 de Setembro eu vou votar José Sócrates.

Comentários

  1. " Por isso em 27 de Agosto eu vou votar José Sócrates"

    E fazes tu muito bem !

    Zé.

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  2. Caro Gil,

    Claro que discordo de ti :). O projecto - se é que alguma vez existiu - está morto e enterrado. Ou, para ser mais preciso, deveria estar morto e enterrado.

    Não existe uma visão - estruturada ou não - para o país, nem sequer uma definição de prioridades. TGVs pontes e quejandos não são prioridades, são, quanto muito, meios.

    Um aparte: definir o desígnio nacional como o TGV é um bocado ridículo.

    O triste é que (tanto quanto me tenha apercebido) nenhum dos partidos parlamentares apresenta uma visão para o país - pelo menos uma que beneficie os portugueses e faça sentido e pareça ser exequível.

    Qual é a visão para Portugal? No tempo de Salazar, sabíamos que era uma "nação ultramarina, com Deus, Pátria e Família". Podíamos discordar (bom, na altura nem por isso), mas havia uma visão. Hoje não, existem remendos.

    Remendos são o suficiente para governar - e para governar bem - em tempos mais normais. Mas Protugal não se definiu desde o 25 de Abril - e se se definiu foi como "membro da CEE".

    A CEE já lá foi. Vivemos em tempos pós/trans UE, de profunda internacionalização. Temos enquanto povo e país virtudes assinaláveis, mas os nossos defeitos têm estado a levar a melhor.

    Voltando ao governo, como todos, teve coisas boas e coisas más. Como também é comum, parte das coisas boas não lhe são mérito exclusivo (e.g. RNG) e muitas das coisas más são por culpa exclusiva. Teve ministros incompetentes e alguns bons. Deixou Portugal afundar-se mais um bocado por falta de percepção - que foi partilhada- dos pontos chave, nomeadamente o endividamento. Aumentou a despesa pública e diminuiu a produtividade (por engraçado devido a maior eficiência da máquina fiscal).
    Como "pecado cardinal", a corrupção e mistura entre políticas e negócios. O caso mais grave foi o BCP.

    Portugal não deu um pulo tecnológico - não faço a mínima ideia porque o dizes. O que tivemos foi uma continuidade em termos de desenvolvimento tecnológico alinhado com políticas europeias. Uma parte que tem corrido relativamente bem é o e-government, essenciamente feito por consultores e que tem vindo a ser executado desde o tempo do Guterres (mesmo o pior governo pós 25A teve coisas boas). Mas tudo isto foi uma continuidade, não nenhum "pulo".

    Quanto as "medidas" que enumeras:

    Ninguém aprende a trabalhar com computadores com o magalhães. Aliás, a idade dos utilizadores torna o meio em causa de aplicabilidade muito discutível, para não dizer funesta. "Justiça social" era um sistema de ensino decente que facilitasse a aprendizagem e as ensinasse a trabalhar (sim, trabalhar). Não distribuir gadgets e pensar que a coisa está resolvida. Porque não é o magalhães que vai ajudar Portugal a melhorar os seus maus indíces em termos de matemática e línguas (apreensão lógica e capacidade comunicacional). Para o efeito do magalhães, acho que os miúdos preferiam umas playstations. Mas tabém mal não fará.

    Não digo que o governo não tenha tentado melhorar a educação. A inexistência de avaliação dos professores é ridícula, e o ME está profundamente inquinado. O que vemos agora é o resultado de 35 anos (pelo menos) de gestão da educação pelos professores. Mas o Governo essencialmente falhou no processo de mudança.

    Quanto às medidas de "apoio social", é ser "generoso" com o dinheiro dos outros. Não melhora, transfere. O que pode ser bom ou nem tanto, dependendo da origem e destino do guito. Pessoalmente acho que está tudo uma grande confusão em termos de apoios sociais - que tal fundi-los?
    (continua :P)

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  3. (continuação - desculpem lá...)

    Rede de Alta Velocidade e mercadorias na mesma frase é um bocado... giro :) - mas aqui o prolema é quem paga e quem beneficia disso. A curto prazo parece inexequível (temos as maravilhosas SCUTs para pagar), a médio prazo pouco rentável e a médio/longo prazo poderá ser interessante. Mas acho que existe uma grande confusão e demasiados interesses particulares sobre o assunto. E se calhar pouco adequado para Portugal devido À nossa geografia (física e política).

    Quanto ao apoio às empresas exportadoras, relembrando uma frase de um professor meu (já lá vai bem mais de uma década), "desde que Vasco da Gama cegou à Índia que falamos em apoiar as empresas, nomeadamente as exportadoras"... pois. Querem apoiar as empresas? Consumam menos recursos e estimulem o risco (nomeadamente através do sistema fiscal, incorporação tecnológica e focus na investigação aplicada - esta última é um recado para o Gago).


    No dia 27 o "povo" vai avaliar. Provavelmente penalizar o actual governo nas coisas erradas e deixar passar em claro coisas graves. Mas isso é o bom da democracia - nem todos têm de pensar da mesma forma.

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  4. Pyros,

    "No dia 27 o "povo" vai avaliar. Provavelmente penalizar o actual governo nas coisas erradas e deixar passar em claro coisas graves."

    Pois ... olhe o minimo, o "pior", que poderá acontecer ao Sócrates/Partido Socialista nas Eleições de dia 27 de Setembro é ganhar sem a maioria absoluta.

    Vai ver.

    E a culpa de isso acontecer não será devido às "fabulosas" propostas do PSD. NÃO.

    Será devido às demagógicas atitudes e procedimentos do Bloco de Esquerda.

    É assim mesmo, como lhe digo !

    Cumps,

    Zé.

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  5. Mais umas achegas em relação ao meu comentário anterior:

    O mínimo que se exige a um líder da extrema-esquerda é que ganhe o debate com o líder do partido mais à direita, isso não sucedeu, na melhor das hipóteses Louçã pode falar em empate, ainda que tenha ido mais vezes às cordas.

    Mais uma vez Louçã parte para o debate com um saco cheio de truques e partidas manhosas, mas a sua estratégia já é conhecida e não resultu. Acabou a questionar Portas sobre se duvidava da sua dignidade. Ninguém duvida, pois não? Não, Louçã é a nossa Senhora de Fátima da política portuguesa, apareceu para nos salvar e levar-nos pelo bom caminho.

    Para a extrema-esquerda um líder que se preze tem a obrigação de derrotar Paulo Portas enquanto líder da direita, o mínimo que se exigia a Louçã era uma vitória clara sobre o líder do CDS e isso não sucedeu. Portas conseguiu colocar Louçã na defensiva em muitos temas, por várias vezes desmontou os estratagemas manhosos do adversário, cegou mesmo a incomodar Louça ao ponto deste protestar pelas interrupções.

    Paulo Portas foi inteligente ao levar Louçã a defender políticas cuja autoria é do PS, em muitos momentos falou mesmo como se essas políticas fossem suas. Em contrapartida, louçã não conseguiu encurralar Portas, só o fez, de forma menos elegante, na sua última intervenção, porque sabia que Portas não teria tempo para lhe responder. Aliás, um truque que aprendeu com Manuela Ferreira Leite, a líder do PSD fez exactamente o mesmo com Paulo Portas.

    O balanço final poderá ter sido um empate, mas este resultado só favorece Paulo Portas já que se o BE dificilmente rouba votos ao CDS, já o mesmo não se pode dizer da possibilidade de o CDS ter ganho votos ao BE, muitos dos seus eleitores, principalmente os filhos da classe média, tanto votam BE como poderiam aderir à juventude centrista.

    Gostaram ?

    Zé.

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  6. Pyros,

    Vamos por partes. O que concordo contigo: A Falta de Visão Estratégica. Já aqui o disse mais do que uma vez e volo a repetir. Este é O PROBLEMA DE PORTUGAL e este gera depois todos os outros de canalização de recursos.

    No que discordo... Em primeiro lugar, penso que estarás equivocado quando dizes que a utilização do computador naquelas idades é funesto... Será? Já viste uma criança de 2 anos a "jogar" computador? Pois é já jogam nessa idade... Se jogam aos 2, aos 5 podem perfeitamente ter actividades adequadas às suas idades, quer pedagogicamente quer ludicamente, potenciando a sua capacidade de lidarem melhor com essa ferramenta que é o computador.

    Depois é de enorme justiça social e isso não podes negar... TODAS AS CRIANÇAS PODEM TER UM COMPUTADOR, independentemente da condição económica dos pais. Não consideras isto justiça social?

    Concordo contigo que a escola deve preparar os seus alunos para o mercado de trabalho, através do raciocínio e da criatividade.

    Relativamente à questão da evolução tecnológia, temos formas diferentes de ver o assunto. Eu considero que este pais teve uma evolução extremamente positiva, não só com o acesso e generalização da banda larga, mas com a própria mobilidade da internet (e porque não dizer da tecnologia em geral). Eu ainda me lembro quando as evoluções tecnológicas demoravam 5 anos a chegar aqui. Agora, estamos a par do que se faz na Europa e com preços competitivos. Daí a evolução.

    Desculpa, mas mais uma vez tenho de discordar contigo. Óbvio que o TGV não é um fim em si mesmo, é claramente um meio. Um meio de de estarmos mais perto do centros de decisão europeus, de sermos menos periféricos.

    O TGV faz parte de uma estratégia para melhorar não só o transporte de pessoas, mas também o transporte de mercadorias, que como sabes é mais barato e menos poluente, logo com menos custos ecológicos.

    Para além disso, todos os estudos feitos até agora, apontam para um bom rácio custo/benficio.

    Continuo a considerar José Sócrates o melhor político para modernizar este país.

    Um abraço.

    Zé,

    Boa análise do debate portas/louça

    Um abraço

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  7. Boa tarde Zé,

    Eu tenho estado mesmo de férias e assim vou continuar por mais uns dias. Soube hoje que o Sócrates vai cá estar depois de amanhã, de manhã.
    Vou estar no Barreiro e manifestar-lhe o meu apoio, não apenas porque sou militante socialista, mas principalmente porque Sócrates é Primeiro-Ministro de um Governo que apostou seriamente no desenvolvimento do Barreiro.
    Com Manuela Ferreira Leite, o Barreiro vai voltar a estagnar e a perder o comboio do desenvolvimento.
    Por isso, aproveito o teu blog para apelar ao voto no PS nas próximos eleições legislativas de 27 de Setembro.
    Um abraço,

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  8. Caro Zé,

    Gostaria que as pessoas pudessem viver por uns dias no país resultante das políticas do Bloco de Esquerda. Um mundo solidário e orientado às necessidades sociais. Em que os necessitados e os excluídos são o centro das preocupações. Em que os ricos e privilegiados contribuem justamente para a comunidade (ou seja, com tudo, uma vez que temos garantir a igualdade).
    Em que e economia não fica nas mão dos particulares e dos seus interesses privados e egoístas e é devidamente submetida às prioridades políticas e sociais, determinadas pelo Estado e pelo colectivo social.

    Depois de passarem uns dias nesse Portugal virtual, desconfio que o Bloco e seus sucedâneos desapareceria de vez.

    Posso estar enganado, claro está.
    Mas é interessante que as coisas normalmente têm o efeito oposto da que se apregoam.

    As "receitas" apregoadas pelo BE são conhecidas e tiveram o resultado conhecido. Não respeitam as pessoas e o seu direito ao fruto do seu trabalho e engenho. Vêm-nas apenas como meios para atribuir o seu rendimento aos "eleitos da necessidade". Para quem tiver lido o Triunfo dos Porcos, as empresas e quem está bem na vida são "O cavalo" da história.

    Só que na vida real, o cavalo põem-se a andar para outras pastagens - ou nem sequer para estas pastagens vêm. Não é à toa que todos os regimes colocaram cercas para impedir que os cava... digo, "recursos nacionais" fugissem.

    Posto isto, back to reality.

    Na minha opinião, Portas ganhou o debate com o louçã. No entanto, vivemos num país cada vez mais feminino.

    Quanto ao magalhães - tanto pelo que li sobre o assunto - os benefícios educativos dos computadores nessas idades são entre o baixo e o nulo. Pode nos parecer estranho, mas aparentemente existem idades para certas coisas :P. Mas, tal como disse, eu não acredito que faça mal.

    Quanto à Internet - mobilidade e banda larga, é como o estado do tempo - o papel do governo nessas matérias - para o bem ou para o mal - é diminuto. Não nos aproximámos nem nos afastamos significativamente dos outros países comunitários neste aspecto.

    Quanto ao TGV, há que separar a necessária evolução (e melhoria) da nossa rede ferroviária (bitola europeia, ...) do TGV. Tal como disse, intuitivamente acho pouco "adequado" ao país - só há uma distância em que é óbvio: Lisboa-Porto. O problema é constuirmos um TGV que não pare em todas as estações e apeadeiros políticos do país.

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  9. (continuação)

    Já em relação à rentabilidade não vi um único estudo referido que se atrevesse a dizer que a rede era rentável sem o Estado enfiar lá uma tonelada de dinheiro.

    Aliás, é simples: lança o TGV com os seguintes parâmetros: o Estado fornece o terreno expropriado. Os operadores privados tratam do resto, podendo inclusivé ficar com os subsídios comunitários. Sem garantias ou capital do Estado.

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  10. Só uma ressalva em relação ao que disse o Pyros, as expropriações são por conta da empresa que ganha a concessão.

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  11. (continuação)

    Já em relação à rentabilidade não vi um único estudo referido que se atrevesse a dizer que a rede era rentável sem o Estado enfiar lá uma tonelada de dinheiro.

    Aliás, é simples: lança o TGV com os seguintes parâmetros: o Estado fornece o terreno expropriado. Os operadores privados tratam do resto, podendo inclusivé ficar com os subsídios comunitários. Sem garantias ou capital do Estado.

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