Uma Aventura à Boleia de Taxi
Ora cá estou eu de volta para uma nova crónica. Pensavam que ia demorar outra vez 4 anos? Não... Hoje escrevo sobre os Taxis!
É realmente confuso o que se vive no mundo dos taxis e da sua luta, inglória, contra a evolução do negócio!
Eu digo inglória, porque não vejo possível conseguir parar-se esta evolução natural, até porque hoje andar de Uber ou chamar um Cabify é quase como ter um Apple, é sinal de estatuto!
E é exactamente por este motivo que considero muito difícil que os industriais do taxi (sim é assim que se chamam os donos dos taxi!) ganhem esta luta, que os levou hoje a paralisar Lisboa, Porto e Faro numa jornada de protesto contra a entrada em vigor da lei que regula as plataformas digitais de transporte de passageiros.
Realmente quando se olha à primeira vista, e se compara a legislação que afecta o negócio dos taxis com a que entra em vigor em Novembro próximo, parece haver, de facto, desigualdades! Mas se pensarmos um pouco, verificamos que o que existe são dois negócios distintos com diferenças acentuadas entre eles, sendo também evidente que são concorrentes naturais, tal como o a rede de transportes públicos o é ao taxi!
Os Taxistas queixam-se de que o seu negócio é altamente regulado! O estado estabelece o valor da bandeirada, não tendo os industriais do taxi a possibilidade de alterar os preços, e por via disso, acompanhar as variações do mercado e da Economia.
As Câmaras emitem as licenças limitadas para que os taxis possam operar no seu perímetro concelhio, com preços muitas vezes elevados. O que é verdade é que estas licenças evitam que haja demasiados carros licenciados, que consequentemente levaria à falencia dos mais fracos.
Vejamos então algumas das diferenças entre os dois serviços:
A primeira grande diferença é que estas plataformas não fornecem serviços de taxi! Fornecem serviços de transporte em carro descaracterizado com motorista, desde o ponto A ao ponto B, com preço previamente acordado e pago digitalmente. Não se esqueçam deste ponto que voltaremos aqui.
A segunda grande diferença, intimamente ligada à primeira, é a inexistência de licenças camarárias para operar este transporte, ao contrário, como já referi atrás, acontece com os Taxis. Mas neste caso, mais uma vez não percebo a comparação. Os taxis têm o direito a parar e recolher passageiros nas praças de taxis, bem como parar e recolher passageiros, que os mandem parar, a mais de 100 metros de uma.
Os transportes das plataformas não o podem fazer (e ainda bem acrescento eu), porque sendo serviço door-to-door negociado previamente e pago através da plataforma, não me faz muito sentido que pudesse funcionar como um taxi. Qualquer um pode chamar um Uber estando na rua, mas vai ter de esperar que ele o recolha no local de onde o chamou... Ninguém pode mandar parar um Uber porque o carro é... descaracterizado!
A terceira diferença tem a ver com a liberdade de alterar a bandeirada! Bem... em abono da verdade, não existe bandeirada nos Uber ou Cabify... existe um preço fixo, negociado à cabeça, que inclui todo o serviço. Admito que sou a favor da liberalização do preço da bandeirada, mas acho que ao fim de uns tempos seriam os próprios taxistas a pedirem que a regra voltasse...
A quarta diferença tem a ver com a exigência que existe ao nível da formação. Os condutores das plataformas digitais têm uma exigência muito maior de horas de formação que aquela que é exigida aos taxistas! Também as exigências de partida são muito maiores destes condutores que para ser taxista, havendo mesmo quem tenha de saber falar várias línguas e alguns roteiros turisticos!
Por outro lado, as plataformas digitais oferecem um nível de serviço e de confiança, ao cliente, que me parece muito difícil de atingir com os taxis! Todos conhecem mil e uma histórias de "roubos" e enganos praticados pelos condutores de taxis.
Em suma, penso que esta discussão veio para ficar. Não tenho grande dúvida que mais tarde ou mais cedo, os taxistas, com maior ou menor resistência terão de aderir às plataformas digitais, sendo que neste momento algumas empresas detentoras de taxis já estão a tentar incorporar as novas tecnologias na sua forma de fazer negócio!
É realmente confuso o que se vive no mundo dos taxis e da sua luta, inglória, contra a evolução do negócio!
Eu digo inglória, porque não vejo possível conseguir parar-se esta evolução natural, até porque hoje andar de Uber ou chamar um Cabify é quase como ter um Apple, é sinal de estatuto!
E é exactamente por este motivo que considero muito difícil que os industriais do taxi (sim é assim que se chamam os donos dos taxi!) ganhem esta luta, que os levou hoje a paralisar Lisboa, Porto e Faro numa jornada de protesto contra a entrada em vigor da lei que regula as plataformas digitais de transporte de passageiros.
Realmente quando se olha à primeira vista, e se compara a legislação que afecta o negócio dos taxis com a que entra em vigor em Novembro próximo, parece haver, de facto, desigualdades! Mas se pensarmos um pouco, verificamos que o que existe são dois negócios distintos com diferenças acentuadas entre eles, sendo também evidente que são concorrentes naturais, tal como o a rede de transportes públicos o é ao taxi!
Os Taxistas queixam-se de que o seu negócio é altamente regulado! O estado estabelece o valor da bandeirada, não tendo os industriais do taxi a possibilidade de alterar os preços, e por via disso, acompanhar as variações do mercado e da Economia.
As Câmaras emitem as licenças limitadas para que os taxis possam operar no seu perímetro concelhio, com preços muitas vezes elevados. O que é verdade é que estas licenças evitam que haja demasiados carros licenciados, que consequentemente levaria à falencia dos mais fracos.
Vejamos então algumas das diferenças entre os dois serviços:
A primeira grande diferença é que estas plataformas não fornecem serviços de taxi! Fornecem serviços de transporte em carro descaracterizado com motorista, desde o ponto A ao ponto B, com preço previamente acordado e pago digitalmente. Não se esqueçam deste ponto que voltaremos aqui.
A segunda grande diferença, intimamente ligada à primeira, é a inexistência de licenças camarárias para operar este transporte, ao contrário, como já referi atrás, acontece com os Taxis. Mas neste caso, mais uma vez não percebo a comparação. Os taxis têm o direito a parar e recolher passageiros nas praças de taxis, bem como parar e recolher passageiros, que os mandem parar, a mais de 100 metros de uma.
Os transportes das plataformas não o podem fazer (e ainda bem acrescento eu), porque sendo serviço door-to-door negociado previamente e pago através da plataforma, não me faz muito sentido que pudesse funcionar como um taxi. Qualquer um pode chamar um Uber estando na rua, mas vai ter de esperar que ele o recolha no local de onde o chamou... Ninguém pode mandar parar um Uber porque o carro é... descaracterizado!
A terceira diferença tem a ver com a liberdade de alterar a bandeirada! Bem... em abono da verdade, não existe bandeirada nos Uber ou Cabify... existe um preço fixo, negociado à cabeça, que inclui todo o serviço. Admito que sou a favor da liberalização do preço da bandeirada, mas acho que ao fim de uns tempos seriam os próprios taxistas a pedirem que a regra voltasse...
A quarta diferença tem a ver com a exigência que existe ao nível da formação. Os condutores das plataformas digitais têm uma exigência muito maior de horas de formação que aquela que é exigida aos taxistas! Também as exigências de partida são muito maiores destes condutores que para ser taxista, havendo mesmo quem tenha de saber falar várias línguas e alguns roteiros turisticos!
Por outro lado, as plataformas digitais oferecem um nível de serviço e de confiança, ao cliente, que me parece muito difícil de atingir com os taxis! Todos conhecem mil e uma histórias de "roubos" e enganos praticados pelos condutores de taxis.
Em suma, penso que esta discussão veio para ficar. Não tenho grande dúvida que mais tarde ou mais cedo, os taxistas, com maior ou menor resistência terão de aderir às plataformas digitais, sendo que neste momento algumas empresas detentoras de taxis já estão a tentar incorporar as novas tecnologias na sua forma de fazer negócio!
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