Será que CHEGA?

Perdoem-me, antes de mais, as longas ausências do blog e a falta de conteúdo do mesmo...

Parece dificil de acreditar mas entre projectos e trabalho pouco tempo, e vontade, para escrever aqui. Mas hoje, após o resultado das eleições Presidenciais de ontem, não podia deixar de as analisar e publicar a minha opinião.

Terão sido os resultados de ontem a afirmação do CHEGA?

Antes de mais estamos a falar de eleições Presidenciais com a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa quase garantida. Algum eleitorado resolveu protestar contra os estado de coisas, e quem sabe, contra o sistema, e resolveu votar no candidato anti-sistema. 11,97% do eleitorado , ou seja 496.661 eleitores, resolveu votar em André Ventura.

É verdade que não devemos extrapolar os resultados desta eleição para as legislativas... Tradicionalmente, o voto nas legislativas é muito mais prudente, sendo no entanto expectável que podamos assistir a um aumento do seu número de votantes, muito por culpa do quase desaparecimento do CDS e da grande indefinição do PSD face ao CHEGA.

Creio que Rui Rio estará tentado a incluir o CHEGA numa geringonça à Direita e se assim for, é a confirmação que o PSD de Rui Rio é impotente para estancar a sangria do seu eleitorado para os partidos mais à Direita, nomeadamente o CHEGA. Já o escrevi que a ala Montenegrina (herdeira de Passo Coelho, o tal da Verdade) só não se muda para o CHEGA porque o partido não é uma força autárquica...

Também o CDS verá uma verdadeira sangria do seu eleitorado, que não se revê na liderança de Francisco Rodrigues (que já começa a ser muito contestada internamente), e que aproveitará a falta de "poder" dop Partido para ir pregar para "pastos mais verdes".

Claro que pandemia também é um terreno fertil para que a mensagem dos partidos anti-sistema convença mais pessoas a aderir às suas ideias, que normalmente são propostas simples, fáceis portanto de absorver, que acabam por influenciar os mais incautos ou os mais desgastados com a realidade em que vivem ou ainda os que se sentem que os partidos deixaram de lhe dar resposta às suas ansiedades e aos problemas que os rodeiam.

No sentido de cimentar esta leitura, uma sondagem da RTP e da Católica dá o CHEGA com 9% dos votos se as legislativas fossem hoje... Mas não são e o iato até à realização das mesmas pode-se provar complicado para o partido e para o seu lider (que também é a única voz no partido...).

E não nos podemos esquecer que antes das Legislativas vamos ter Autárquicas! E aqui penso que se encontra o primeiro grande empecilho ao CHEGA. Veremos a capacidade que o Partido tem de concorrer a nível nacional para capitalizar o "eventual espaço" que conquistou nas Presidenciais. 

O CHEGA ainda é um partido construido em torno do seu Líder e isso faz com que a mensagem só tenha força pela sua boca. Além do mais, as outras figuras, são um pouco "sinistras" e sem a mínima presença política. 

Portanto, das duas uma... Ou o CHEGA se coliga (será interessante perceber com quem) ou somente irá concorrer em meia dúzia de concelhos e freguesias o que enfrquecerá muita o sua base.

Além do mais creio que o escrutínio, por parte dos media será ainda maior, a partir de agora e se por um lado isso lhes dá maior visibilidade por outro, pode afastar uma boa parte deste eleitorado que votou para as Presidenciais.

Vamos ver o que vai acontecer daqui para a frente... Mas acho que o tempo pode jogar mais contra que a favor do CHEGA. 


 

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